quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Sonho sermos só um....















Quando te avisto
o meu coração sorri
A alma surpreende-me com novas cores
O espírito imbui-se do cheiro da maresia
O sal cobre-me a pele
O seu cheiro impregna-se no meu corpo
O brilho do mar espelha-se no meu olhar
Sonho sermos só um...
Uma comunhão de corpo e água
Liquefazer-me nas vagas
Fundir-me na maré
Soltar este pesado corpo
e mergulhar na leveza do nada
Esquecer quem sou
Voltar a nascer
Ser quem não sou,
Recordar quem fui
Sonho sermos só um....

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Escrever é um acto de solidão...

É interessante sentir
Que escrever é um acto de solidão,
Um acto terapêutico
Em que a alma se desnuda
e o corpo verte a dor interior.
É mais fácil escrever a Dor
Do que admitir senti-la.
É mais simples escrevê-la
Do que partilhá-la.
A Dor que sentimos
Não é a que escrevemos.
A Dor que escrevemos
É de longe mais requintadamente escondida,
Do que aquela que nos faz rasgar a pele,
Gritar sem palavras,
Chorar por dentro,
Procurar a solidão sem fim.
Fundir a dor com a escrita
É um exercício assaz acre.
É um acto de parir
Sem dar à luz
Acto solitário, sem nada de fecundo.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Chove dentro de mim

Cai a chuva,
Escorrendo pelo vidro da janela...
Os meus pensamentos voam,
A tristeza retorna,
Dores antigas eclodem,
Obscurendo o meu olhar.
Chove dentro de mim...
E não há nada que eu possa fazer!
Maldito sofrimento,
Que irrompe por mim,
Alheio à minha vontade.
Chove dentro de mim
E eu, imersa na minha dor,
Olho pela janela
Sentindo no meu íntimo as gotas
que caem lá fora.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Juanes - Destino

Juanes -

Destino

Estoy buscando una forma de ver
Detrás de los espejos del alma
Más adentro donde está la luz
Que quema, pero que no mata

Estoy buscando una forma de amor
Que pueda sacar los demonios del odio
Y hallar la estela de la dimensión
En donde no se mueren los cuerpos

Todo el mundo tiene una estrella
Que muestra el camino pero no los peligros
Todo el mundo va con ojos ciegos
Dejando la vida pasar

Estoy buscando una forma de paz
Que me haga salir de ésta guerra de tigres
Si vuelvo al pueblo, me quedaré
Y moriré envuelto en mi escencia. . . .

Todo el mundo tiene una estrella
Que muestra el camino pero no los peligros
Todo el mundo va con ojos ciegos
Dejando la vida pasar
Y todo el mundo tiene un destino
Que aunque no creamos de seguro cumplimos
Y todo el mundo va con ojos ciegos
Dejando la vida pasar

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

"O que há em mim é sobretudo cansaço", Álvaro de Campos
















O que há em mim é sobretudo cansaço





O que há em mim é sobretudo cansaço


Não disto nem daquilo,


Nem sequer de tudo ou de nada:


Cansaço assim mesmo, ele mesmo,


Cansaço.





A subtileza das sensações inúteis,


As paixões violentas por coisa nenhuma,


Os amores intensos por o suposto alguém.


Essas coisas todas -


Essas e o que faz falta nelas eternamente -;


Tudo isso faz um cansaço,


Este cansaço,


Cansaço.





Há sem dúvida quem ame o infinito,


Há sem dúvida quem deseje o impossível,


Há sem dúvida quem não queira nada -


Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:


Porque eu amo infinitamente o finito,


Porque eu desejo impossivelmente o possível,


Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,


Ou até se não puder ser...





E o resultado?


Para eles a vida vivida ou sonhada,


Para eles o sonho sonhado ou vivido,


Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...


Para mim só um grande, um profundo,


E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,


Um supremíssimo cansaço.


Íssimo, íssimo. íssimo,


Cansaço...





in Álvaro de Campos

Quando acreditamos tudo é possível!

Já vejo flores nos caminhos que percorro

Não que tenha esquecido a dor que tomou conta de mim

O que se passa é que comecei novamente a acreditar

E quando acreditamos tudo é possível!

La Camisa Negra

La Camisa Negra

Tengo la camisa negra
hoy mi amor esta de luto

Hoy tengo en el alma una pena
y es por culpa de tu embrujo

Mal parece que solo me quedé
y fue pura todita tu mentira
que maldita mala suerte la mía
que aquel día te encontré

Por beber del veneno malevo de tu amor
yo quedé moribundo y lleno de dolor
respiré de ese humo amargo de tu adiós
y desde que tú te fuiste yo solo tengo…

Tengo la camisa negra
porque negra tengo el alma
yo por ti perdí la calma
y casi pierdo hasta mi cama

cama cama cama baby
te digo con disimulo
Tengo la camisa negra
y debajo tengo el difunto

Tengo la camisa negra
ya tu amor no me interesa
lo que ayer me supo a gloria
hoy me sabe a pura
miércoles por la tarde y t ú que no llegas
ni siquiera muestras señas
y yo con la camisa negra
y tus maletas en la puerta

Mal parece que solo me quedé
y fue pura todita tu mentira
que maldita mala suerte la mía
que aquel día te encontré

Por beber del veneno malevo de tu amor
yo quedé moribundo y lleno de dolor
respiré de ese humo amargo de tu adiós
y desde que tú te fuiste yo solo tengo…

Juanes - Camisa Negra

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Como odeio as quintas-feiras!

Como odeio as quintas-feiras!
É um ódio visceral,
íntimo e profundo.
Se pudesse os dias passavam de quarta para sexta directamente
Para mim, as quintas são dias aziagos
longos, monótonos, sem fim.
Queria adormecer e nem sentir a passagem do dia...
Acordar, e sentir que se tinha eclipsado
como um pesadelo tenebroso,
que ao acordar é varrido da nossa memória...
Como odeio as quintas intermináveis
De trabalho contínuo e desgastante...
Morram as quintas, matem-nas
Não aguento mais
Viver uma quinta tira-me a alegria de viver
a vontade de trabalhar
a calma, deixando-me um amargo na boca
que se recusa a abandonar-me.

Estou Cansado, de Álvaro de Campos

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,

Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

in Álvaro de Campos

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

"Fácil de entender"

The Gift - Fácil De Entender


Talvez por não saber falar de cor, Imaginei
Talvez por saber o que não será melhor, Aproximei
Meu corpo é o teu corpo o desejo entregue a nós
Sei lá eu o que queres dizer, Despedir-me de ti
Adeus um dia voltarei a ser feliz

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei, o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender

Talvez por não saber falar de cor, Imaginei
Triste é o virar de costas, o último adeus
Sabe Deus o que quero dizer

Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou,
e se ao menos tudo fosse igual a ti

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender

É o amor, que chega ao fim, um final assim,
assim é mais fácil de entender

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender

UM AMIGO, UM LAMENTO

UM AMIGO, UM LAMENTO

Depois de hesitar
Peguei no telefone e liguei
Para conversar
Estou?!
Está?!
Tu não estás bem, não enganas ninguém
Conta lá o que é que a vida te fez agora
Aparece por cá, bebemos um chá
E o frio fica lá fora...

Ah, tu tens sempre uma cura
Ah, nenhum mal perdura
Para lá do tempo, tudo leva o vento
Só fica um amigo, um sexto sentido
E um lamento...
(...)

Lamento dizer
Que tu vais sofrer para te encontrares
Lamento saber que vais perceber
Que na vida também há azares

By André Sardet

"A importância do amor"

A importância do amor
(...)
Primeiro - deixe-me que desabafe - arrepia-me que "ande no ar" um pudor desconcertante que faz com que, sempre que se trata de falarmos do amor, o melhor que nos permitimos é balbuciá-lo como se fosse ...afecto.
Segundo - sim, os afectos são importantes. Todos os afectos. Aqueles que parecem bons, e a raiva (sem a qual não há paixão), a inveja (que nos abre para a ambição) e até o ódio (que nos ajuda a clarificar o amor).
Terceiro - o amor não é um afecto, mas o produto de todos os afectos que se dividem com alguém. Os afectos todos são o sal da vida. Sem eles, as pessoas não se tornam "doces"; ficam insossas.
Quarto - os afectos - todos os afectos - não são importantes para a sexualidade. São essenciais para que apanhemos sol por dentro. Os afectos - todos os afectos - são o combustível do pensamento e a luz da alma.
Quinto - importantes não são os afectos, mas que deixemos de os reprimir. Para que desperte a sensibilidade, mais ou menos adormecida, que há em nós, e se vá a tempo de namorar com a vida.
in Tudo o que o Amor não é , de Eduardo Sá

"Depois do adeus"

Depois do adeus


Todas as relações se alimentam de cumplicidades e de conflitos, de tranquilidade como de desassossegos, de paixão e de ternura. Nos movimentos de uma relação convivem pessoas com expectativas e com ritmos que, por vezes, se desencontram, e que nunca lucram da mesma forma com a vida com que ela os renova. Por isso, cada relação - por má que pareça a comparação - tem um "deve" e um "haver" e, "feitas as contas", para que viva e para que cresça, está subentendido que os ganhos que traz superem as perdas com que nos surpreende. sendo assim, não é verdade que todas as relações sejam para sempre. E compreende-se porquê.
Algumas pessoas tiram-nos muito mais do que nos dão. Porque a generosidade de quem está connosco choca com as suas dificuldades de nos conhecer, ou porque a relação se foi fraternizando a ponto de se tornar sonolenta e triste. A verdade é que há relações que vão morrendo devagar, e mais ou menos em silêncio. Até que algum acontecimento, de súbito, precipite uma "morte" que, desde há muito, se vinha pressentindo (por entre a perplexidade, mais ou menos embaraçada, de dois espectadores comprometidos).(...)
Como vê, nunca se passa - depois de um adeus- de um vínculo amoroso (magoado) a uma relação de amizade. (...)
Não espere, por isso, que das ruínas de uma relação se levante um oásis. Muito menos, que uma sucessão de desilusões se transfigure num sonho lindo. Dê tempo aos sentimentos para que se sedimentem. Não tanto para que perdoe a quem o magoou. Mas - mais dificil, certamente - para se perdoar a si próprio por não ter "dado ouvidos" aos avisos do seu "coração".
(...)
Antes de um divórcio duas pessoas estão divorciadas, sem darem por isso
(...) Antes de um divórcio, duas pessoas já se terão divorciado, sem darem por isso. Divorciaram-se de namorar com a vida e de dar, no seu dia-a-dia, a uma relação amorosa o protagonismo que ela deveria ter tido. embora o sintam assim, há quem só se divorcie por fora (nunca se separando por dentro), e quem se divorcie por dentro (sem que, jamais, se separe por fora). E há também, quem tente divorciar-se por fora e por dentro, embora um e outro movimento se não dêem ao mesmo tempo e ninguém se divorcie de uma vez.
Vistos assim, todos os divórcios serão, mais ou menos, litígios por mútuo consentimento.
(...) Mas o casamento, num plano jurídico, é um contrato em que, ao contrário de muitos outros, só se descobrem as "letras pequeninas", das cláusulas de excepção, à medida que elas se vivem. Daí que um casamento nem sempre expanda as pessoas ao encontro do melhor de si próprias, e algumas das "letras pequenas" que, supostamente, devíamos saber, apareçam aos poucos, para nossa surpresa, tantas vezes, na clandestinidade dos nossos pensamentos.
(...) Ninguém aceita divorciar-se sem que, antes, se tenha vindo a divorciar, por dentro, devagarinho.(...)
Prescindir de uma relação pode ser, também, uma determinação de alívio e, sobretudo, uma aposta de esperança. E podendo ser um litígio de comum acordo, traz consigo ressentimentos sinceros e outros que, talvez, escondam a revolta pela condescendência com que se guarda a mágoa pelo casamento ter deitado anos e sonhos a perder.
in Tudo o que o Amor não é , de Eduardo Sá

"Fazer por confiar" e "Os laços morrem a dormir"

Fazer por confiar
"Abrir os olhos" é, para muitos, um sinónimo de maturidade, ao qual se opõe um "confiar de olhos fechados", tomado como um gesto de generosidade, mas imprudente. Não acho que seja assim.
Na verdade, nunca confiamos em ninguém, mas nos sentimos que essa pessoa nos leva a sentir. Acontece que, de tanto fazermos por estar de olhos abertos, talvez os fechemos de menos para olharmos para os sentimentos com que cada pessoa nos premeia. E, se não o fizermos, não confiamos; fazemos por confiar que é, sem se dar conta, uma forma de aprendermos a desconfiar dos nossos sentimentos".
Os laços morrem a dormir
"(...) os laços também morrem. Basta que adormeçamos para eles e que se iludam os cuidados que um grande amor precisa ter.
Os laços alimentam-se com gestos atentos e claros, e com uma infindável esperança de sermos de alguém que não desiste de nos conhecer (mesmo para além do que presumimos saber de nós).
Qualquer "vai-se andando" mata os laços com o silêncio; e devagar. Como os mata imaginar que merecemos dos outros a falta de cuidados que eles nos merecem.
Os laços também morrem. Basta que adormeçamos para eles e que se iludam os cuidados que um grande amor precisa ter."
in Tudo o que o Amor não é , de Eduardo Sá

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Algumas fotos da festa que o 7º C me fez





























Ah! se eu pudesse....

Ah! Como eu queria
Esquecer o passado,
Viver o dia-a-dia
Sem lembranças amargas.
Abraçar a esperança adiada,
Renovar os planos perdidos.
Imbuir-me de novos sonhos
deixar que a alegria
Rompesse as tramas da amargura
Que me escureceu a alma
Sem deixar lugar
A qualquer força
Para lutar contra as contrariedades
Que surgiam no meu horizonte...
Queria ter ânimo para me perdoar
Para esquecer que errei
Que me deixei enganar
Por palavras vãs e ocas
sem discernir o carácter
De quem tentou obliterar-me a vida
Num bilhete sem saída.
Mas, as energias têm regressado,
Pouco a pouco
Em passos de passarinho,
Mas com a determinação
De quem voltou a acreditar em si.
A pensar no futuro
A planear um amanhâ
Que antes neguei.
Ah! se eu pudesse, como num passe de mágica
Riscar partes da minha vida!
Recomeçar sem me lembrar
Do poço onde fundo mergulhei...
Ah! Se eu pudesse recuperar
a antiga alegria...sem remoer, nem me culpar.
Ah se eu pudesse pontapear o passado
e partir do zero rumo à esperança...

domingo, 14 de janeiro de 2007

Reaprender



















Há sete meses que me procurava
Escondida entre as sombras dos meus pesadelos
Fugia com medo do terror que vivia
e sem esperança soluçava...
Ignorava os apelos
Dos que me procuravam e de quem me escondia,
Com vergonha de ter errado,
Sobrevivia isolada, aniquilada
como um animal ferido no âmago, já não lutava.
De repente vi-me amparada, exigiram a minha recuperação
Por vocês, a quem tanto agradeço, comecei a sair da depressão.
Lentamente, como se tivesse que voltar a aprender a andar
a sorrir, a trabalhar, a viver e a lutar
Vocês sabem a quem dedico estas palavras sinceras:
Amigos, família, amigos, alunos, colegas
Ensinaram-me a voltar a sorrir, a chorar de alegria
A levantar-me das quedas
E a encontrar novos motivos para aqui andar
Num mundo onde todos erramos
Mas nem sempre sobrevivemos.
Eu, voltei a planear, a sonhar...
A encontrar motivos para me erguer
Do fundo do poço onde mergulhei
Mais lentamente do que ansiava
Fui subindo e espreitei
Com novos olhos a beleza que recusava
Reunindo em mim as forças que antes me faltavam.
Tinha descido tão fundo, que nem sei por onde andei
Recusei viver, mas sobrevi a este temporal
As cores retornaram e o sal
Das lágrimas secou, quando voltei
A abrir o coração aos sons que me rodeavam,
Ao calor que antes não sentia,
Ao brilho do sol que só me cegava
Inspirei em golfadas o carinho dos que me amavam.
Gritei, chorei, sofri, senti todas as dores
Que egoistamente julgava exclusivamente minhas.
Sem parar para pensar que a vida
Não é só um deserto sem fim
Há flores que desabrocham quando passamos
Basta lutar e reaprendermos
a olhar com a inocência da criança
E essa força sei que voltou a exister em mim...
Afinal, "depois da tempestade vem a bonança".

sábado, 13 de janeiro de 2007

É tão bom voltar a sorrir...

















Sábado foi um dia de alegria
Tive boas notícias a nível de saúde
Viver volta a ser uma certeza.
É tão bom voltar a sorrir,
Sentir a carícia do sol,
Ouvir o som do mar,
Respirar o sal da maresia...
E sorrir, de braços abertos à vida!
Caminhar na areia, marcando o meu caminho
Inebriar-me do azul do céu
Enternecer-me com o cheiro do mar
Sentir a areia ranger sobre o meu andar
Seduzir-me pela paleta de cores do mar:
azul, verde, branco e prata...
Cambiantes de cor
Que animam o cinzento de dias passados.
Dores renitentes na partida,
Mas cientes que o fim de um negro ciclo
Aproxima-se, conivente com os raios de sol
Que expulsam velhas sombras
e iluminam, pouco a pouco, o meu dia-a-dia.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

André Sardet - concerto














André Sardet - Acústico


Foi memorável o concerto do André Sardet, vê-lo ao vivo fez-me ouvi-lo com outra alma, a sua simpatia invejável (como compravam a autorização para tirar fotos durante o concerto e os autógrafos finais, com direito a beijo e foto).
Agradeço à minha mãe o convite que me fez para me tirar da toca e sair para ir a este concerto...aqueceu-me a alma. Ressalvo a pureza das músicas: "Pássaro Azul", que me fez raiar as lágrimas e "Quando te falei de amor", sem esquecer o poema da música "Feitiço", que fez toda a audiência cantar em coro este sucesso sempre novo. Mas, não resisto a deixar aqui um dos poemas mais tocantes que já li e escutei:


Pássaro Azul
André Sardet

A noite que passou trouxe-me um sonho
Dormi mais para sonhar
Sonhei que era um pesadelo
De manhã ia acabar

Conheci o teu sorriso
Porque me está no coração
Corri logo ao teu encontro
E ao estender-te a minha mão

Sete lágrimas correram
Quando eu te abracei
E ao tocar no teu cabelo
Eu imaginei
Que amanhã ao acordar
Tu irás voltar
Meu pássaro azul tu irás voltar

E corremos mundo fora
Toda a noite a brincar
Era eu quem se escondia
E tu eras a encontrar

Sete lágrimas correram
Quando eu te abracei
E ao tocar no teu cabelo
Eu imaginei
Que amanhã ao acordar
Tu irás voltar
Meu pássaro azul tu irás voltar

Aos meus alunos, a quem tanto quero...

9º D - António Serraninho / Turma do 7º D













Turma do 7º C






MUITO OBRIGADA

Aos meus alunos, a quem tanto quero...
O meu muito obrigada pelo Amor
que me têm demonstrado
Neste meu regresso ao trabalho.
Dorido, como todos os recomeços,
Mas pleno de demonstrações de carinho
Que me fazem chorar de ALEGRIA...
E esquecer mágoas pessoais dum passado,
Ainda não totalmente, ultrapassado.


É bom sentirmo-nos amados,
Melhor ainda por aqueles a quem tudo damos
Com muitas horas de trabalho, sacrifício e dedicação
A todos saúdo com todo o carinho que resta no coração.


Obrigada, mil vezes obrigada,
Os vossos gestos de carinho valem mais do que todas as minhas palavras.
Tenho-vos no meu coração.

Carla

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Raio de luz

Adoro mergulhar nos raios de sol,
Explodir no calor da luz!Voltar a sentir-me viva
Sentir a carícia do vento,
Reviver momentos felizes,
Inventar novos sonhos...
E sorrir como uma criança feliz
Por voltar a ver a luz por entre a escuridão.
Brincar com as sombras
Que antes me atormentavam.
Pontapear a tristeza,
Abraçar a beleza de um novo dia.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Fenix


















Foto retirada de : www.conciencia-animal.cl/.../fotos/ave-fenix.jpg





FENIX

Sinto as lágrimas caírem lentamente...
No meu rosto sulcando trilhos
Que, inesperadamente,
Me fazem voltar a ver os brilhos
Dos sorrisos de quem amo...
Lágrimas de alegria,
Tão diferentes das anteriores
Que me roubavam o alento
Com que antes sorria.
Hoje luto e tento
Recuperar dia-a-dia
A tenacidade com que acalento
Os novos sonhos que irrompem
das brumas da tristeza
Em que antes cobardamente me ocultei
Sem procurar a firmeza
das armas com que sempre lutei:
Ser eu com todos os meus defeitos,
Com todas as minhas (poucas) virtudes...
Mas com a garra de quem não apregoa os seus feitos
Apesar da voragem dos obstáculos e das dificuldades
De sempre lutar pelas verdades.
Ah! Que prazer ter a rectidão
de poder olhar quem nos ama
com a força da emoção...
Mesmo quando a tristeza assoma
Lutar por voltar a sentir o coração
Bater em uníssono com a alma.

Passo a passo

Como é difícil fugir do abismo
Que suga, num vórtice de energia,
Todas as forças com que tento resistir...
Aos pensamentos em que sempre cismo,
Sem me aperceber que urgia,
Voltar a ser eu e sorrir
Sem que um assombro de tristeza
Me nublasse a alegria
Que fugaz esconde a beleza
Dum sorriso espontâneo que, inesperadamente,
Faz renascer em mim a certeza
Que tudo passa mais rapidamente
Do que a dor me quer fazer acreditar
Ditadora da minha vontade
Com quem acerrimamente
Me forço a lutar
Para recuperar a minha liberdade.
Passo a passo luto,
Passo a passo procuro com ansiedade
A chave para fugir
desta triste realidade.
Passo a passo
Tento fugir deste labirinto
Com grande esforço
Vou tentando subir
Os degraus deste poço
Em que nada sinto,
Em que me via a sucumbir
Num amargo de absinto.
Agora já tento ver a luz
Que antes julgava que me cegava.
E agora, lentamente, sinto que me seduz
Para lutar contra a dor que antes cegamente aceitava.

Dia-a dia

Há dias em que a esperança renasce,
Em que o sol brilha e me aquece
A alma fria e desiludida.
Dias, nos quais me entrego
ao calor dos que me mostraram carinho,
Durante este árduo caminho,
Em que a dor era o meu alter-ego.
E os sonhos caiam, desfeitos
Um a um, antes de os sonhar...
O ar que respirava parecia-me rarefeito
Tal era a dificuldade em respirar.
Dores emocionais que eclipsavam
Memórias de dias outrora felizes,
Abismos que me afundavam
Nas escolhas, em que os deslizes
Venceram a razão,
Eclipsando a racionalidade,
Arrastando-me para a solidão,
Irmã secreta da insanidade!
A luta que dia-a dia travo
É dura, amarga e cruel.
Com as lágrimas lavo
O meu rasto de fel...
Ah! Se ao menos recuperasse
As cores que antes me iluminaram
E ficasse tão exausta que esquecesse
Os dias sombrios que me endureceram
O coração dolorido
De tanto ter sofrido...

domingo, 7 de janeiro de 2007

Caminhos















Há caminhos que percorremos
Em dias tristes e desesperados
Até que ao sol nos esquecemos
E voltamos a sentir... calados
A alegria de sermos amados
Por aqueles a quem tudo damos
Sem esperar nada em troca...

Este post é uma singela homenagem
a todos os meus alunos que, com tanto amor,
Me receberam de volta...
Aquecendo-me o coração de calor
Sem nada pedirem em troca,
A não ser a coragem
De lhes devolver a ternura
Com que outrora os envolvi
Na doce loucura
De tentar ensinar o que aprendi,
Com o bom humor
Que antes vivi.
Na partilha da cumplicidade
De sermos todos diferentes
no meio de tanta personalidade...
E isso nos fazer sentir contentes.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Mar















MAR

Não há como o mar para nos encher a alma,
Preencher os sonhos esquecidos,
Desfazer os medos com a espuma.
De azul pincelar os dias perdidos
E voltar, pouco a pouco,a sorrir!

Renascer da dor,
Abrir os olhos e colorir
a tela da alma com a mais bela cor...
Com o cheiro da maresia
Salpicar de felicidade a dor.
Acreditar na fantasia
E voltar a ouvir, no som das ondas,
Memórias de histórias de coragem
De gentes ousadas...

Na marítima aragem
Ecoam feitos passados.
Daqueles que venceram o medo da traição,
Dos que já foram amados...
E sobreviveram, acreditando
Que todo o coração
Esquece, voltando
A sentir o pulsar da emoção!

"FERA FERIDA"












"FERA FERIDA"


Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido

Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido
Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei
O coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços
Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

by Maria Bethania