terça-feira, 14 de agosto de 2007

Arnaldo Jabor - "Não ser de ninguém..."

Arnaldo Jabor - Não ser de ninguém...

"Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também”. No entanto, passado o efeito da manguaça coma energético e dos beijos descomprometidos, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda acção tem uma reacção?
Agir como tribalista tem consequências, boas e ruins, como tudo na vida.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc., etc., etc. Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. “Ficar” também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é namorix. A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro sinónimo de cobrança?
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar. Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afectos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO…"

"Deliciei-me olhando teu rosto"


" Deliciei-me olhando teu rosto. Olhei em seus olhos, passei a mão nos seu cabelos, fechei os olhos e foi como se os sentisse, como os meus dedos desfiassem teus cabelos, senti o cheiro da tua pele e o calor dos teus lábios de repente parecia que estavámos juntos, sentia que te podia tocar, beijar, abraçar e deixar-me envolver nos teus encantos. Não. Deixem-me dormir mais um pouco, continuar sonhando com o meu doce pecado, deixem que em meu sonho beije a minha donzela, que salte com ela por montes e vales e nos percamos no infinito".

V.S.P.

O sangue grita dentro de mim

A tua voz invade-me os sentidos
Perco-me na sua sonoridade doce.
O medo esvoaça como coloridas borboletas.
A melodia luminosa das palavras inunda-me.
O sangue grita dentro de mim.
Sinto a carícia dos vocábulos,
que me embalam em marés de sonho.
Mergulho na vertigem nocturna.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Ousar ser, ousar sentir, ousar ouvir, ousar pensar

Sonho e não sei se estou acordada, ou a dormir.
Penso e tenho medo, penso e ouso sentir...
As emoções esvoaçam como pássaros, soltas no tempo
Sonhar, pensar, sentir.
Renascer, inspirar e soltar o ar muito devagarinho
Com medo de ser, com medo de estar.
Abrir lentamente os olhos, com o espanto de uma criança...
As emoções a acenarem, reencontradas depois de perdidas,
Os sentidos numa explosão de sinestesias.
Os sons a encherem o corpo de cumplicidades
A voz a preencher dúvidas e medos.
Ousar ser, ousar sentir, ousar ouvir, ousar pensar...
Quero, vou tentar.

domingo, 5 de agosto de 2007

Quero saber de você!Vamos lá... me responda...

"Olá! Tudo bem? Quem é você? Como você é?
Não! Não me responda sobre suas características físicas...
Não é isso que pergunto!
Não quero saber da tua aparência... isso pouco importa...
quero saber de você! Se você está bem ou não!
O corpo que tu vestes não mostra quem tu és!
É apenas uma "embalagem" para acolher o teu espírito.
Quero saber como está o teu coração, quero saber de você!
O que me importa é o ser humano que tu és!
O que tu sentes e qual a tua razão de viver.
Se estás feliz ou não!
Se não estás, quem sabe com apenas um pequeno gesto,
eu possa colocar um largo sorriso no teu rosto?
Ou com algumas palavras,
te fazer lembrar o quanto a vida é bela!
Não me importa se és alto ou baixo,
branco ou moreno, se usa óculos ou não.
Qual a diferença que isso faz?
Para mim, nenhuma!
Não é assim que se conhece uma pessoa!
Estamos no virtual!
e aqui o que importa são os sentimentos,
e o poder que as palavras tem.
Quero saber como você está... quero saber de você!

Vamos lá... me responda... Quem é você meu amigo(a)?
Não me importa a sua idade,
ou se você está em outra cidade!
Quero te conhecer pelo que tu és,
pelo que tu sentes ou pelo que deixas de sentir!
Quero descobrir a beleza da tua vida...
os teus nobres sentimentos...
Quero saber da tua alma, se ela é pura,
romântica, sonhadora, realizada...
ou se está em uma eterna busca de luz.
Quero descobrir as emoções de estar em tua virtual presença.
Quero saber mais sobre você!

Vamos lá... me responda... Quem é você meu amigo(a)?
Não me importa se tens um corpo "sarado" ... "malhado".
Não me importa se tens olhos azuis e cabelos curtos...
Não me importa se estás bronzeado
e em óptima forma física... quero saber do teu conteúdo!
Quero saber da tua forma de pensar
Quero saber dos teus sonhos...
Quero saber do teu riso,
quero que me faças rir com tuas histórias engraçadas...
Ou chorar contigo ao falar das tuas tristezas acumuladas...
Quero saber das tuas emoções!

Quero saber de você!Vamos lá... me responda...
Quem é você meu amigo(a)?
Fala-me dos teus sonhos de infância...
Ou da tua louca juventude...
Fala-me das tuas lembranças, das tuas virtudes...
Vamos trocar felicidades?
Eu te dou um pouco da minha...
e você me dá um pouco da sua!
Não!
Não me importa se o teu computador é o mais actual,
Se tens Windows XP , ou se é um velho PC,
Porque o mais importante para mim,
é saber da tua alma...
é saber de você!
E aproveite ao máximo a vida...."



(retirado da net)

sábado, 4 de agosto de 2007

Terra Dos Sonhos

Jorge Palma - Terra Dos Sonhos

Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor
doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a
pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te
leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda
por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém
se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que
queres ir para lá morar
Andava eu sozinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto
sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te
leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda
por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém
se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que
queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é
que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o
reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te
leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda
por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém
se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que
queres ir para lá morar

Quem Me Leva Os Meus Fantasmas

Pedro Abrunhosa - Quem Me Leva Os Meus Fantasmas

Aquele era o tempo em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos
Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos em sonhos gigantes
E a cidade vazia da cor do asfalto
E alguém me pedia que cantasse mais alto
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada
Aquele era o tempo em que as sombras se abriam
Em que homens negavam o que outros erguiam
Eu bebia da vida em goles pequenos
Tropeçava no riso abraçava venenos
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala nem a falha no muro
E alguém me gritava com voz de profeta
Que o caminho se faz entre o alvo e a seta

De que serve ter o mapa se o fim está traçado
De que serve até à vista se o barco está parado
De que serve ter a chave se a porta está aberta
De que servem as palavras se a casa está deserta

Ao Fim Do Mundo

Ala Dos Namorados - Ao Fim Do Mundo


Vou alimentar a tua sede de querer
Vou acicatar a tua fome de prazer
Vou ao fim do mundo
Vou tocar lá no teu fundo
Vou fechar o punho e pôr o sangue a ferver
Vou cerrar os dentes e morder o teu saber
Vou ao fim do mundo
Vou gritar lá no teu fundo
Sou teu
Sou teu
Sou assim só para quem dá
E só assim faz com que eu vá
Ao fim do mundo
Ao fim e ao cabo do teu ser
Sou e só apenas uma gota de suor
Sou um claro aceno quando rufa o tambor
Sou o fim do mundo
A contagem ao segundo
És todo o tempo que me resta à liberdade
És a minha luta que só fala com verdade
És o fim do mundo
À entrada da cidade
Sou teu
Sou teu
Sou assim só para quem dá
E só assim faz com que eu vá
Ao fim do mundo
Ao fim e ao cabo do teu ser
Vou fechar o punho e pôr o sangue a ferver
Vou cerrar os dentes e morder o teu saber
Vou ao fim do mundo
Vou gritar lá no teu fundo