domingo, 4 de março de 2007
Circo de Feras
A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se à espreita
Nunca dei um passo
Que fosse correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo
(...)
De modo que a vida
É um circo de feras
E os entretantos
São as minhas esperas
letra: Tim música: Xutos & Pontapés
Homem do Leme
Um barco ruma, para onde vai?
Uma luz no escuro
Brilha a direito, ofusca as demais
E mais que uma onda, mais que uma maré
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé
Mas vogando à vontade, rompendo a saudade
Vai quem já nada teme, vai o homem do leme
E uma vontade de rir
Nasce no fundo do ser
E uma vontade de ir
Correr o mundo e partir
A vida é sempre a perder
No fundo do mar
Jazem os outros, os que lá ficaram
Em dias cinzentos
Descanso eterno lá encontraram
letra: Tim música: Xutos & Pontapés
sábado, 3 de março de 2007
O sofrimento torna-se egoistamente invisível.
Admitiu-se ainda ferida,
Magoada na rugosidade dos seus dias,
Escondida na penumbra da dor.
E as lágrimas regressaram
Sem pedir licença, sem me avisarem...
Quando menos espero
A solidão dos dias sufoca-me no meio das pessoas.
Uma música triste invade-me o ser
Já não sei como enganar a tristeza.
Caí na ilusão de julgar que conseguia
Esqueci-me que, o riso inesperadamente
desagua nas lágrimas, e a dor transborda-me...
Queria uma borracha que apagasse os meus dias
e só deixasse a paz que me foge entre os dedos.
Queria esquecer
Queria ser forte
Queria voltar a ser eu...
Estou novamente a perder a batalha.
Disfarço, escondo-me dentro de mim,
O sofrimento torna-se egoistamente invisível.
Frágil

http://jorgepalma.web.pt/fotos_amp/Palma%2000.jpg
Frágil
Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil
Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar demais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Sinto-me frágil
Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil
Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"
Frágil
Sinto-me frágil
Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Sinto-me frágil
Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil
By Jorge Palma
sexta-feira, 2 de março de 2007
JP SIMÕES - 1970

Tangos e Tragédias


Adorei o espectáculo, a sala vibrou com a acção e a originalidade deste tipo de teatro. Eu ri até às lágrimas. Que delícia esquecer as vicisitudes duma quinta-feira banal que se tornou única no universo dos meus afectos.
Tangos e Tragédias é um espectáculo, é humor, é teatro e muita interaccão com o público. Os recursos cénicos centram-se na ficcão construída ao redor de duas personagens: o Maestro Pletskaya (Nico Nicolaiewsky) e oViolinista Kraunus Sang (Hique Gomez).
Artistas oriundos dum país imaginário chamado Sbornia, executam, durante cerca de hora e meia de espectáculo, música do folclore sborniano, canções brasileiras e êxitos do pop internacional. Tudo passado pelo filtro da comicidade e da teatralidade. O dúo mostra grande talento musical, mas a força do espectáculo não se centra apenas nesse talento. As canções estão entrelaçadas com textos de grande inspiração e desenvoltura cénica. As duas personagens provocam a plateia arrancando gargalhadas e pedidos de bis, que se prolongam fora da sala de espectáculo.
Vale a pena ir ver e perceber o motivo pelo qual está em cena há 23 anos no Brasil.