sábado, 8 de setembro de 2007

Ring Of Fire

Johnny Cash - Ring Of Fire

Love is a burning thing
and it makes a firery ring
bound by wild desire
I fell into a ring of fire...

I fell into a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
The ring of fire
The ring of fire

I fell into a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
The ring of fire
The ring of fire

The taste of love is sweet
when hearts like our´s meet
I fell for you like a child
oh, but the fire went wild..

I fell into a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
The ring of fire
The ring of fire.

I fell into a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
The ring of fire
The ring of fire
And it burns,burns,burns
The ring of fire
The ring of fire

I Walk The Line

Johnny Cash - I Walk The Line

I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time.
I keep the ends out for the tie that binds
Because you're mine,
I walk the line
I find it very, very easy to be true
I find myself alone when each day is through
Yes, I'll admit I'm a fool for you
Because you're mine,
I walk the line
As sure as night is dark and day is light
I keep you on my mind both day and night
And happiness I've known proves that it's right
Because you're mine,
I walk the line
You've got a way to keep me on your side
You give me cause for love that I can't hide
For you I know I'd even try to turn the tide
Because you're mine,
I walk the line

Time's A Wastin

June Carter - Time's A Wastin

Now I've got arms
And I've got arms
Lets get together and use those arms
Lets go
Times a wastin'

I've got lips
And I've got lips
Lets get together and use those lips
Lets go
Times a wastin

A cakes no good if you don't mix the batter and bake
it
And loves just a bubble if you don't take the trouble
to make it

So if you're free to go with me
I'll take you quicker than 1-2-3
Lets go
Times a wastin

Now I've got blues
And I've got blues
Lets get acquainted and lose those blues
Lets go
Time's a wastin

Now Ive got feet
And Ive got feet
Lets start to walk with a lovers beat
Lets go
Times a wastin

You've got me feelin love like I never have felt it
You're full of sugar and Im think I'm the burner to
melt it

Now I've got schemes
And I've got schemes
Lets get together and dream some dreams
Lets go
Times a wastin

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Carta de Fernando Pessoa a Mário de Sá-Carneiro

Carta a Mário de Sá-Carneiro
Escrevo-lhe hoje por uma necessidade sentimental - uma ânsia aflita de falar consigo. Como de aqui se depreende, eu nada tenho a dizer-lhe. Só isto - que estou hoje no fundo de uma depressão sem fundo. O absurdo da frase falará por mim.

Estou num daqueles dias em que nunca tive futuro. Há só um presente imóvel com um muro de angústia em torno. A margem de lá do rio nunca, enquanto é a de lá, é a de cá; e é esta a razão íntima de todo o meu sofrimento. Há barcos para muitos portos, mas nenhum para a vida não doer, nem há desembarque onde se esqueça. Tudo isto aconteceu há muito tempo, mas a minha mágoa é mais antiga.

Em dias da alma como hoje eu sinto bem, em toda a minha consciência do meu corpo, que sou a criança triste em quem a vida bateu. Puseram-me a um canto de
onde se ouve brincar. Sinto nas mãos o brinquedo partido que me deram por uma
ironia de lata.
(...)
...ardem-me os olhos, de ter pensado em chorar. Dói-me a vida aos poucos, a goles, por interstícios. Tudo isto está impresso em tipo muito pequeno num livro com a brochura a descoser-se.

(...)

De que cor será sentir?

Milhares de abraços do seu, sempre muito seu,

FERNANDO PESSOA
(texto com supressões)

Além-tédio

Além-tédio

Nada me expira já, nada me vive ---
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.

Como eu quisera, enfim de alma esquecida,
Dormir em paz num leito de hospital...
Cansei dentro de mim, cansei a vida
De tanto a divagar em luz irreal.

Outrora imaginei escalar os céus
À força de ambição e nostalgia,
E doente-de-Novo, fui-me Deus
No grande rastro fulvo que me ardia.

Parti. Mas logo regressei à dor,
Pois tudo me ruiu... Tudo era igual:
A quimera, cingida, era real,
A própria maravilha tinha cor!

Ecoando-me em silêncio, a noite escura
Baixou-me assim na queda sem remédio;
Eu próprio me traguei na profundura,
Me sequei todo, endureci de tédio.

E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios...

Mário de Sá-Carneiro

Serradura

Serradura

A minha vida sentou-se
E não há quem a levante,
Que desde o Poente ao Levante
A minha vida fartou-se.

E ei-la, a mona, lá está,
Estendida, a perna traçada,
No infindável sofá
Da minha Alma estofada.

Pois é assim: a minh'Alma
Outrora a sonhar de Rússias,
Espapaçou-se de calma,
E hoje sonha só pelúcias.

Vai aos Cafés, pede um bock,
Lê o "Matin" de castigo,
E não há nenhum remoque
Que a regresse ao Oiro antigo!

Dentro de mim é um fardo
Que não pesa, mas que maça:
O zumbido dum moscardo,
Ou comichão que não passa.

Folhetim da "Capital"
Pelo nosso Júlio Dantas -
Ou qualquer coisa entre tantas
Duma antipatia igual...

O raio já bebe vinho,
Coisa que nunca fazia,
E fuma o seu cigarrinho
Em plena burocracia!...

Qualquer dia, pela certa,
Quando eu mal me precate,
É capaz dum disparate,
Se encontra a porta aberta...

Isto assim não pode ser...
Mas como achar um remédio?
- Pra acabar este intermédio
Lembrei-me de endoidecer:

O que era fácil - partindo
Os móveis do meu hotel,
Ou para a rua saindo
De barrete de papel

A gritar "Viva a Alemanha"...
Mas a minh'Alma, em verdade,
Não merece tal façanha,
Tal prova de lealdade...

Vou deixá-la - decidido -
No lavabo dum Café,
Como um anel esquecido.
É um fim mais raffiné.

Paris - setembro 1915

Mário de Sá Carneiro

domingo, 2 de setembro de 2007

Mágoa

Ainda me espanto com a falsidade das pessoas, com a maldade que delas emana, da vileza que grassa na sociedade actual. Talvez seja uma ingénua, mas não consigo entender a motivação que leva alguém a destruir a reputação, o bem estar, a paz, a calma de outrém pelo simples prazer de magoar, de espezinhar, de humilhar, enfim de ser racionalmente perverso na irracionalidade do pensar, agir e difundir.

Ah, como eu gosto da minha concha, do meu refúgio em mim. Deixem-me estar no meu canto.

Observem o vosso interior, o vosso "eu", envergonhem-se e pensem. Será que a cobardia de atacar nas sombras, de dizimar sonhos pela prepotência, de julgar-se com poder e condenar é assim tão embriagante?