sábado, 7 de abril de 2007

Morta



Sinto-me morta
Logo estou morta.
Respirar é um mero defeito,
que com o tempo será desfeito.
Morta para esta merda de vida
Morta para quem me tirou o sol
Morta para quem me enforcou a esperança
Morta para tudo.
Deixem-me enrolada como um bicho de conta,
Embrulhada no sofrimento do engano...
De quem me extorquiu tudo até ao último alento
E que faz disso alarde e vanglória.
E eu? Calada, agrilhoada, amortalhada em vida,
Enfim, morta.
Como era bom deitar-me
e não voltar a acordar...
Mas nada é tão simples comigo.

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