As águas negras do poço da minha vida
empurram-me para um fundo que não quero.
Esgatanho-me a tentar trepar pelas pedras lisas.
Em vão tento, mas sempre escorrego...
As águas espelham um passado que já foi
Um eu em que já não me reconheço...
Soluços estrangulam-me a voz,
Silenciando-me o grito.
Ninguém me escuta,
Só o murmurar do vento parece responder ao meu apelo
E aqui fico, presa ao quotidiano das palavras
aos gestos mecânicos do meu eu.
A ti, que me lês confesso-me:
Procuro a roldana do meu poço
Aquela que me tirará deste abismo,
Desta luta de gritos mudos,
De lágrimas amargas,
De sonhos adiados.
Será que podes ouvir o que não digo,
Mas que em vão medito....
O que grito emudecida pelas mordaças do desprezo dos outros
Quer o confesse ou o esconda.
E nas águas do poço espelha-se a minha dor
Os meus gestos cansados de lutar.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
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