É interessante sentir
Que escrever é um acto de solidão,
Um acto terapêutico
Em que a alma se desnuda
e o corpo verte a dor interior.
É mais fácil escrever a Dor
Do que admitir senti-la.
É mais simples escrevê-la
Do que partilhá-la.
A Dor que sentimos
Não é a que escrevemos.
A Dor que escrevemos
É de longe mais requintadamente escondida,
Do que aquela que nos faz rasgar a pele,
Gritar sem palavras,
Chorar por dentro,
Procurar a solidão sem fim.
Fundir a dor com a escrita
É um exercício assaz acre.
É um acto de parir
Sem dar à luz
Acto solitário, sem nada de fecundo.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
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