domingo, 14 de janeiro de 2007

Reaprender



















Há sete meses que me procurava
Escondida entre as sombras dos meus pesadelos
Fugia com medo do terror que vivia
e sem esperança soluçava...
Ignorava os apelos
Dos que me procuravam e de quem me escondia,
Com vergonha de ter errado,
Sobrevivia isolada, aniquilada
como um animal ferido no âmago, já não lutava.
De repente vi-me amparada, exigiram a minha recuperação
Por vocês, a quem tanto agradeço, comecei a sair da depressão.
Lentamente, como se tivesse que voltar a aprender a andar
a sorrir, a trabalhar, a viver e a lutar
Vocês sabem a quem dedico estas palavras sinceras:
Amigos, família, amigos, alunos, colegas
Ensinaram-me a voltar a sorrir, a chorar de alegria
A levantar-me das quedas
E a encontrar novos motivos para aqui andar
Num mundo onde todos erramos
Mas nem sempre sobrevivemos.
Eu, voltei a planear, a sonhar...
A encontrar motivos para me erguer
Do fundo do poço onde mergulhei
Mais lentamente do que ansiava
Fui subindo e espreitei
Com novos olhos a beleza que recusava
Reunindo em mim as forças que antes me faltavam.
Tinha descido tão fundo, que nem sei por onde andei
Recusei viver, mas sobrevi a este temporal
As cores retornaram e o sal
Das lágrimas secou, quando voltei
A abrir o coração aos sons que me rodeavam,
Ao calor que antes não sentia,
Ao brilho do sol que só me cegava
Inspirei em golfadas o carinho dos que me amavam.
Gritei, chorei, sofri, senti todas as dores
Que egoistamente julgava exclusivamente minhas.
Sem parar para pensar que a vida
Não é só um deserto sem fim
Há flores que desabrocham quando passamos
Basta lutar e reaprendermos
a olhar com a inocência da criança
E essa força sei que voltou a exister em mim...
Afinal, "depois da tempestade vem a bonança".

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