quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

"A importância do amor"

A importância do amor
(...)
Primeiro - deixe-me que desabafe - arrepia-me que "ande no ar" um pudor desconcertante que faz com que, sempre que se trata de falarmos do amor, o melhor que nos permitimos é balbuciá-lo como se fosse ...afecto.
Segundo - sim, os afectos são importantes. Todos os afectos. Aqueles que parecem bons, e a raiva (sem a qual não há paixão), a inveja (que nos abre para a ambição) e até o ódio (que nos ajuda a clarificar o amor).
Terceiro - o amor não é um afecto, mas o produto de todos os afectos que se dividem com alguém. Os afectos todos são o sal da vida. Sem eles, as pessoas não se tornam "doces"; ficam insossas.
Quarto - os afectos - todos os afectos - não são importantes para a sexualidade. São essenciais para que apanhemos sol por dentro. Os afectos - todos os afectos - são o combustível do pensamento e a luz da alma.
Quinto - importantes não são os afectos, mas que deixemos de os reprimir. Para que desperte a sensibilidade, mais ou menos adormecida, que há em nós, e se vá a tempo de namorar com a vida.
in Tudo o que o Amor não é , de Eduardo Sá

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